Não, não muda. O que um homem sente como homem está mais ligado à sua identidade, autoestima e forma de viver no mundo do que ao tipo de prazer que experimenta na intimidade.
Explorar o sexo anal com a parceira reforça a autoconfiança, a cumplicidade no casal e a liberdade de viver a sexualidade sem culpa nem medo.
Embora o conservadorismo ainda pese em muitas regiões, está cada vez mais claro que o prazer, mesmo fora da norma, não tem de ser um ataque à identidade masculina. Pelo contrário, é uma forma de aprofundar a intimidade e a segurança pessoal.
Porque deves ler este artigo até ao fim:
- Vais entender por que razão sexo anal não define masculinidade.
- Vais ver que muitas dúvidas são mais comuns do que pensavas.
- Vais ganhar argumentos para conversar abertamente com o teu parceiro ou parceira.
- Vais ver que é possível viver o prazer sem vergonha, e com mais verdade.
Pronto para começar? Então vamos derrubar os tabus, pergunta por pergunta.
1. Sexo anal é só para gay?
Não, sexo anal não é só para gays. Qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode gostar ou querer experimentar sexo anal.
Em Portugal, ainda há muitos tabus à volta disto, mas é bom lembrar que prazer não tem dono nem etiqueta. Ter vontade de explorar algo diferente com a parceira ou o parceiro não muda quem tu és, mas só mostra que tens confiança e curiosidade dentro da relação.
Durante muitos anos, por causa da influência da Igreja e de ideias antigas, o sexo anal foi visto como “coisa de homossexual” ou até como um pecado. Isso ficou gravado na cabeça de muita gente, principalmente dos homens.
Mas o mundo mudou, as pessoas falam mais abertamente sobre sexo, e o que acontece entre quatro paredes, com consentimento, é escolha do casal, e não um selo na testa de ninguém.
O ponto P (próstata) é uma zona erógena masculina que é estimulada pelo ânus. Estimular essa zona dá orgasmos mais intensos do que os tradicionais.
Agora que já sabemos que sexo anal não é exclusivo de ninguém, vamos à próxima questão que mexe ainda mais com a cabeça dos homens…
2. O marido fica menos homem se fizer sexo anal?
Não, fazer sexo anal não torna ninguém “menos homem”. A masculinidade de um homem não está no que ele gosta na cama, mas sim na forma como se comporta, no respeito que tem pelos outros e na maneira como vive a sua vida.
Se um homem decide experimentar algo diferente com a sua parceira, isso é sinal de confiança, não de fraqueza.
Em Portugal, ainda se ouve muita conversa de café sobre “o que é ser homem”. Alguns acham que homem de verdade tem de ser durão, não pode mostrar sentimentos e, claro, nem pensar em gostar de sexo anal.
Mas isso são ideias antigas, muitas vezes passadas de pais para filhos, que só servem para prender os homens a um modelo que já não faz sentido nos dias de hoje.
Comparação de ideias:
| Ideias antigas | Ideias modernas |
|---|---|
| Não pode chorar | Expressa sentimentos |
| Não pode mostrar vulnerabilidade | Ser vulnerável é sinal de coragem |
| Sexo anal é “coisa de gay” | Prazer anal é opção pessoal |
E por falar em coragem, uma das grandes dúvidas dos homens é sobre o que os outros vão pensar…
3. Ele ficará com vergonha de contar para os amigos?
Provavelmente sim, mas não tem de ser assim. Muitos homens em Portugal ainda sentem vergonha de falar sobre sexo anal com os amigos, principalmente se foi eles que receberam.
Isso acontece porque, infelizmente, há muito preconceito e gozo fácil nas conversas entre homens. O medo de parecer “menos macho” leva muitos a guardar segredo, mesmo quando gostaram da experiência.
Raramente há espaço para conversas honestas e abertas. Então, se um homem disser que experimentou algo diferente, logo ouvirá bocas ou será alvo de gozo. Isso faz com que ele prefira ficar calado, mesmo que confie nos amigos.
Em Portugal, muitos casais heterossexuais nunca falam sobre os seus desejos por medo de serem julgados. O silêncio é uma das maiores barreiras ao prazer e à cumplicidade no casamento.
E se o marido experimentar e começar a agir de forma diferente com outros homens?
Em alta entre os leitores:
4. Fazer isso muda como ele é com outros homens?
Não, experimentar sexo anal não muda a forma como um homem se relaciona com outros homens. O que uma pessoa faz com a parceira na intimidade não altera a sua personalidade, nem a maneira como vê os amigos, colegas ou outros homens em geral.
Orientação sexual não se define por um ato isolado ou por um tipo de prazer. Se um homem é heterossexual, continuar a gostar de sexo anal com a parceira não vai mudar isso.
Aliás, o sexo anal fortalece a relação, porque implica confiança e abertura. Isso não se traduz em mudanças de comportamento social. O homem continua a ser ele mesmo, vai ao café, trabalha, brinca com os amigos, só que talvez com mais conhecimento sobre o que o faz sentir-se bem.
Mitos vs realidade:
| Mito | Realidade |
|---|---|
| Sexo anal muda a orientação sexual | Não muda: prazer ≠ orientação |
| Homem que gosta disso vai “agir estranho” | Continua igual, só mais confiante |
| Vai começar a olhar os amigos de outra forma | Não altera a forma de ver outros homens |
E se, depois de tudo, ele começar a sentir-se menos viril?
5. Ele vai sentir que já não é viril?
Alguns sentem-se assim no início, mas isso é mais fruto de ideias antigas do que da realidade. O sentimento de “perder a virilidade” depois de experimentar sexo anal vem muito de preconceitos que foram passados de geração em geração.
Mas, a virilidade de um homem não está no tipo de sexo que faz: está na atitude, na segurança que tem em si próprio e no respeito pela parceira.
Em Portugal, a ideia de “virilidade” ainda anda muito colada à força física, ao poder de mandar e, claro, ao papel ativo na cama. Por isso, quando um homem experimenta algo onde ele é o recetor, sente que perdeu esse papel.
Além disso, muitos homens que superam esse receio acabam por perceber que, em vez de perder algo, ganharam. Ganharam mais prazer, mais cumplicidade com a parceira e uma noção mais livre do que é ser homem.
Muitos atletas de alta performance fazem massagens prostáticas para relaxar e aumentar o desempenho. A ideia de que homem não pode receber prazer anal não tem base científica, é só preconceito.
Depois de tudo isso, a grande dúvida do casal pode surgir…
6. A gente vai continuar igual depois disso?
Não, mas isso não é mau, pode até ser muito bom. Depois de uma experiência íntima e fora do habitual como o sexo anal no homem, é natural que o casal não seja exatamente igual.
Essa mudança significa mais confiança, mais abertura e um vínculo mais forte. Mudar não quer dizer perder, quer dizer crescer juntos.
Depois do sexo anal, os dois ganham mais intimidade, falam mais abertamente sobre o que gostam e perdem o medo de serem julgados dentro do próprio relacionamento.
Claro que é preciso conversar bem antes, deixar tudo claro e respeitar os limites um do outro. Não se trata de “ser igual depois”, mas sim de ser mais cúmplice, mais conectado. Aquilo que parece estranho ou assustador, afinal, torna o casal ainda mais unido.
Antes e depois:
| Antes | Depois |
|---|---|
| Medo de falar sobre certos desejos | Comunicação mais aberta e honesta |
| Relação com rotina | Relação com mais novidade e cumplicidade |
| Insegurança sobre o prazer do outro | Confiança e exploração partilhada |
Mas e se ele gostar mesmo muito da experiência?
7. E se ele gostar mais do que eu?
Se ele gostar mais do que tu, não há problema nenhum nisso, desde que haja respeito mútuo. Nem sempre os dois vão gostar das mesmas coisas com a mesma intensidade. Isso faz parte de qualquer relação.
O importante é conversar, alinhar expectativas e encontrar um equilíbrio que funcione para os dois.
Se ele gostou muito e tu nem por isso, isso não significa que o casamento vai desandar. Significa apenas que têm gostos diferentes, e isso é normal.
O mais saudável é que cada um saiba dizer o que gosta e o que não gosta, e que façam acordos. Talvez não seja algo para fazer sempre, mas pode estar na lista de coisas especiais de vez em quando. Não é preciso competir em prazer, mas sim partilhar.
Sabias que…
- Desejos diferentes não são sinal de fracasso no casamento, mas sinal de que ainda há descoberta possível.
- Muitos casais felizes não gostam das mesmas coisas, mas aprenderam a respeitar as vontades um do outro.
Agora, surge uma preocupação mais séria: “Sexo anal nele vai atrapalhar o nosso casamento?”
8. Sexo anal nele vai atrapalhar nosso casamento?
O sexo anal no homem não tem o poder, por si só, de destruir uma relação. O que atrapalha é o medo, o silêncio e a vergonha em falar abertamente sobre o que cada um sente depois da experiência.
A verdade é que o casamento é feito de dois adultos, que constroem as suas próprias regras. Se ambos quiserem explorar e isso for feito com carinho e respeito, não há motivo para a relação abanar.
Pelo contrário, casais que se permitem descobrir novas formas de prazer costumam ser mais unidos, pois criam um ambiente de liberdade, confiança e verdade.
Pode atrapalhar se…
- Um dos dois se sentir pressionado e não conseguir expressar isso;
- Houver medo de julgamento ou vergonha dentro do casal;
- Não se respeitarem os limites e vontades mútuas.
E agora, uma dúvida que muitos têm mas poucos dizem em voz alta…
9. Ele perderá o tesão por sexo normal?
Não, experimentar sexo anal não faz um homem perder o interesse por sexo vaginal ou tradicional. O prazer não funciona como um botão de ligar e desligar. Ele é variado, cheio de camadas, e muda ao longo do tempo.
Em Portugal, ainda se usa muito a expressão “sexo normal” como se só houvesse uma forma certa de fazer amor. Mas a verdade é que tudo o que dá prazer aos dois, feito com consentimento, é normal.
O sexo anal não vem substituir o sexo vaginal, ele vem somar. Diversidade na intimidade é o segredo para manter o fogo aceso num casamento de longa duração.
Sabias que…
- O cérebro associa prazer com variedade. Por isso, a novidade no sexo aumenta o desejo, e não diminui.
- Homens que se sentem à vontade para explorar valorizam mais a parceira e a relação.
Perguntas frequentes
- Sexo anal no homem significa que ele é homossexual?
Não. O prazer anal não tem nada a ver com orientação sexual. Homens heterossexuais também podem gostar dessa prática com a parceira. - Se ele pedir, é porque tem desejos escondidos por homens?
Não necessariamente. Pode ser apenas curiosidade ou vontade de explorar o próprio prazer com quem confia. - Isso muda o papel dele na relação?
Não. O papel de cada um no casal depende do respeito e da dinâmica entre os dois, não da posição sexual. - É normal ele sentir prazer nisso?
Sim. O ânus tem terminações nervosas e a próstata é uma zona muito sensível ao toque. - Fazer isso uma vez vai torná-lo dependente?
Não. Como qualquer prática sexual, pode-se gostar muito, pouco ou nada. Depende de cada pessoa. - Deixa de ser “homem de verdade”?
De maneira nenhuma. A masculinidade não depende do tipo de sexo que se faz. - Os amigos vão gozar com ele se souberem?
Infelizmente, pode acontecer. Mas a intimidade do casal não deve ser decidida pela opinião dos outros. - É seguro fazer sexo anal nele?
Sim, se for feito com cuidado, lubrificação adequada e comunicação. Será muito prazeroso. - Pode virar rotina no casamento?
Só se os dois quiserem. Não há regras fixas. Cada casal escolhe o que faz sentido para si. - E se eu não gostar e ele quiser repetir?
O ideal é conversarem com honestidade e encontrarem um ponto de equilíbrio, respeitando os limites de ambos. - Muda o desejo dele por mim?
Não. Sentir prazer anal não interfere no amor, desejo ou atração pela parceira. - Fica estranho entre nós depois?
Parece no início, mas com diálogo e carinho, torna-se só mais uma parte da intimidade. - Ele vai querer experimentar com outros homens?
Só se já tivesse essa vontade antes. O sexo anal em si não desperta desejos que não existiam. - Faz mal à saúde?
Se for feito com higiene, calma e lubrificante, não faz mal nenhum. Será uma prática segura. - É pecado segundo a igreja?
Depende da interpretação. A igreja tradicionalmente condena práticas não reprodutivas, mas cada casal decide conforme a própria consciência.

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