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Como a sexualidade no envelhecimento se manifesta ou modifica?

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Tempo de leitura: 9 minutos

A sexualidade, no envelhecer, amadurece e transforma-se: foca-se na conexão, afeto e na redescoberta de prazeres íntimos, sem tabus. É uma nova jornada gratificante.

Com o avançar da idade, a sexualidade transforma-se naturalmente, não desaparece. Manifesta-se através de alterações fisiológicas e hormonais, como a diminuição da espontaneidade da ereção nos homens e a secura vaginal nas mulheres, bem como a variação da libido.

Contudo, estas mudanças não são um fim, mas sim um convite à adaptação e à redescoberta, onde a intimidade, o afeto e a conexão emocional ganham um papel ainda mais central e enriquecedor.

Ao ler este artigo na íntegra, terá a oportunidade de:

  1. Compreender as mudanças fisiológicas associadas à sexualidade na velhice e desmistificar preconceitos.
  2. Redescobrir a importância da intimidade e do afeto, fortalecendo a conexão com o seu parceiro.
  3. Explorar novas formas de prazer e de expressão da sexualidade adaptadas à sua fase de vida.
  4. Melhorar significativamente a comunicação com o seu parceiro sobre questões íntimas.
  5. Saber quando e como procurar apoio profissional para os desafios da sexualidade madura.

Compreenda as mudanças fisiológicas

Envelhecer traz consigo transformações naturais no corpo, e a sexualidade não é exceção.

É fundamental reconhecer que as alterações físicas e hormonais que ocorrem com a idade fazem parte do processo e não significam o fim da sua vida íntima.

Estas mudanças são normais e afetam homens e mulheres de diversas formas:

  • Nos homens, por exemplo, a ereção não é tão espontânea ou firme como antes, e o tempo de recuperação entre as ereções aumenta.
  • Nas mulheres, a diminuição de estrogénio na menopausa leva a secura vaginal, tornando a penetração dolorosa, e a diminuição da libido é também comum.

Contudo, estas questões têm muitas vezes solução através de cuidados médicos e adaptações.

A sexualidade na velhice é uma jornada de adaptação e autoconhecimento, e o primeiro passo é aceitar as novas realidades fisiológicas e desmistificar os mitos associados ao envelhecimento sexual.

Lembre-se que o prazer e a intimidade podem ser redescobertos.

  1. Como tem aceite estas novas realidades do seu corpo?
  2. Já procurou entender as causas destas mudanças?
  3. Considerou que existem soluções e apoios disponíveis?
  4. Está disposto a adaptar a sua abordagem à intimidade?

Mantenha a intimidade e o afeto ativos

A intimidade vai muito além do ato sexual, abrangendo carinho, toque, cumplicidade e comunicação.

Na velhice, o foco desvia-se da performance e concentra-se mais na conexão emocional e na partilha de momentos significativos.

Manter o afeto ativo é crucial para uma vida plena e satisfatória, independentemente das capacidades sexuais.

Gestos como dar as mãos, abraçar, beijar, ou simplesmente partilhar um momento de silêncio e proximidade, fortalecem os laços e aumentam a sensação de bem-estar.

A sexualidade na velhice será enriquecida através destas manifestações de carinho, que muitas vezes se tornam ainda mais valorizadas do que a relação sexual propriamente dita. O importante é nutrir a ligação e a afeição mútua.

As alterações físicas não precisam de diminuir a sua capacidade de sentir ou dar prazer. A intimidade assume novas formas, mais sensuais e menos focadas no desempenho.

É um período para explorar a profundidade da ligação com o seu parceiro, redescobrir o toque e a presença do outro de uma maneira renovada e mais consciente, sem pressões ou expectativas antigas.

  1. Que gestos de carinho são importantes para si e para o seu parceiro?
  2. Como podem nutrir a vossa ligação emocional diariamente?
  3. Exploram outras formas de contacto físico prazeroso?
  4. Estão abertos a novas expressões de afeto?

Explore novas formas de prazer e conexão

Com as mudanças que advêm do envelhecimento, abre-se uma oportunidade para reimaginar e reinventar a forma como vivencia o prazer e a sua sexualidade.

A fase madura da vida é um período de descoberta e de maior autoconhecimento íntimo, permitindo uma exploração sem as pressões ou expectativas da juventude.

Isto significa experimentar diferentes posições que sejam mais confortáveis, dedicar mais tempo às preliminares, ou descobrir que o toque e a estimulação em outras áreas do corpo são incrivelmente prazerosos.

A sexualidade na velhice é adaptável, tão rica e satisfatória quanto em qualquer outra idade, desde que haja abertura para a inovação e o diálogo.

Considere o uso de lubrificantes, que ajudam significativamente com a secura vaginal.

Permita-se e ao seu parceiro explorar o corpo de formas novas e criativas. Dispositivos de auxílio sexual, como vibradores, também são uma excelente ferramenta para redescobrir o prazer, tanto a solo como em casal.

O objetivo é focar-se na qualidade da experiência e na conexão emocional, em vez de numa definição restrita do que é ser sexual.

  1. Já pensou em experimentar novas atividades íntimas?
  2. Que tipo de toque lhe proporciona mais satisfação?
  3. Existe algo que sempre quis explorar na sua vida sexual?
  4. Como podem criar um ambiente mais relaxante para a intimidade?

Comunique abertamente com o seu parceiro

O diálogo franco e honesto é a pedra angular para uma vida sexual satisfatória em qualquer idade, e torna-se ainda mais crucial à medida que envelhecemos.

Partilhar sentimentos, desejos e preocupações fortalece a relação e ajuda a encontrar soluções em conjunto para os desafios que possam surgir na sexualidade na velhice.

Não assuma que o seu parceiro sabe o que sente ou deseja. Expresse as suas necessidades, medos e fantasias. Fale sobre as mudanças que está a experienciar e o impacto que estas têm em si.

Esta comunicação aberta não só alivia a pressão e a ansiedade, como também cria um espaço de maior compreensão e cumplicidade entre ambos.

Será difícil iniciar estas conversas, mas o resultado é uma intimidade mais profunda e uma maior satisfação para ambos.

Lembre-se que o seu parceiro também têm as suas próprias preocupações e desejos. A escuta ativa e a empatia são tão importantes quanto expressar-se. A honestidade constrói a confiança necessária para navegar pelas transformações da vida sexual com a idade.

  1. Conseguem falar abertamente sobre o que sentem na intimidade?
  2. Partilham os vossos desejos e as vossas preocupações sexuais?
  3. Escutam com atenção as necessidades um do outro?
  4. Como podem melhorar a vossa comunicação sobre este tema?

Procure apoio profissional quando necessário

Não hesite em procurar ajuda de um profissional de saúde se sentir que as mudanças na sua sexualidade estão a causar desconforto, ansiedade ou insatisfação.

Existem diversas abordagens e tratamentos que auxiliam a ultrapassar desafios específicos desta fase da vida, garantindo que a sexualidade na velhice seja vivida plenamente.

Médicos de família, urologistas, ginecologistas ou endocrinologistas ajudam a identificar causas físicas para disfunções sexuais, como problemas de ereção ou secura vaginal, e prescrever tratamentos adequados.

Por vezes, são os efeitos secundários de certos medicamentos que estão na origem das dificuldades, e existem alternativas a considerar. Não tenha vergonha de abordar estes temas em consulta.

Além dos profissionais da área médica, terapeutas sexuais ou psicólogos oferecem apoio para lidar com aspetos emocionais e psicológicos que afetam a vida íntima, como a baixa autoestima, a ansiedade de desempenho ou a depressão.

A terapia é uma ferramenta valiosa para explorar novos caminhos para a intimidade e o prazer, ajudando a aceitar e adaptar-se às mudanças de forma saudável.

  1. As suas preocupações afetam a sua qualidade de vida?
  2. Já conversou com o seu médico sobre a sua saúde sexual?
  3. Consideraria a ajuda de um terapeuta sexual ou psicólogo?
  4. Está pronto para investir no seu bem-estar íntimo?

Perguntas frequentes

  1. A sexualidade desaparece com a idade?
    Não, a sexualidade evolui e pode ser vivida de novas formas ao longo da vida.
  2. Quais são as mudanças físicas mais comuns na sexualidade feminina?
    Pode haver secura vaginal e diminuição da elasticidade, mas há soluções.
  3. E nos homens, que alterações físicas podem ocorrer?
    Pode haver dificuldade de ereção e ejaculação, mas há tratamentos eficazes.
  4. A libido diminui inevitavelmente com o envelhecimento?
    Não necessariamente. A libido pode variar, mas não desaparece por completo.
  5. É normal sentir menos desejo sexual na velhice?
    Sim, varia, mas muitos experimentam uma mudança no nível de desejo.
  6. Como manter a intimidade e conexão com o parceiro?
    Comunicação, carinho e exploração de novas formas de toque são cruciais.
  7. A menopausa afeta a vida sexual das mulheres?
    Sim, pode causar sintomas que afetam, mas há estratégias para geri-los.
  8. A andropausa tem impacto semelhante nos homens?
    Sim, pode afetar o desejo e a função, mas é diferente da menopausa feminina.
  9. O que fazer se houver dor durante o ato sexual?
    Consulte um médico. Há tratamentos para secura ou outras causas de dor.
  10. Ainda é possível ter orgasmos na terceira idade?
    Sim, a capacidade de ter orgasmos geralmente permanece ao longo da vida.
  11. A sexualidade envolve apenas a penetração?
    Não. Intimidade, toque, carinho e outras formas de prazer são importantes.
  12. Como lidar com a imagem corporal que muda com a idade?
    Foco na autoaceitação e na valorização de outras formas de intimidade.
  13. É seguro ter relações sexuais se tiver problemas de saúde?
    É importante falar com o seu médico para garantir que é seguro para si.
  14. Onde procurar ajuda ou conselhos sobre sexualidade na velhice?
    Médicos, enfermeiros, sexólogos e terapeutas podem oferecer apoio.
  15. A sexualidade pode melhorar com a idade?
    Sim, com menos pressão, mais foco na intimidade e comunicação, pode enriquecer.

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