Com o avançar da idade, a sexualidade transforma-se naturalmente, não desaparece. Manifesta-se através de alterações fisiológicas e hormonais, como a diminuição da espontaneidade da ereção nos homens e a secura vaginal nas mulheres, bem como a variação da libido.
Contudo, estas mudanças não são um fim, mas sim um convite à adaptação e à redescoberta, onde a intimidade, o afeto e a conexão emocional ganham um papel ainda mais central e enriquecedor.
Ao ler este artigo na íntegra, terá a oportunidade de:
- Compreender as mudanças fisiológicas associadas à sexualidade na velhice e desmistificar preconceitos.
- Redescobrir a importância da intimidade e do afeto, fortalecendo a conexão com o seu parceiro.
- Explorar novas formas de prazer e de expressão da sexualidade adaptadas à sua fase de vida.
- Melhorar significativamente a comunicação com o seu parceiro sobre questões íntimas.
- Saber quando e como procurar apoio profissional para os desafios da sexualidade madura.
Compreenda as mudanças fisiológicas
Envelhecer traz consigo transformações naturais no corpo, e a sexualidade não é exceção.
É fundamental reconhecer que as alterações físicas e hormonais que ocorrem com a idade fazem parte do processo e não significam o fim da sua vida íntima.
Estas mudanças são normais e afetam homens e mulheres de diversas formas:
- Nos homens, por exemplo, a ereção não é tão espontânea ou firme como antes, e o tempo de recuperação entre as ereções aumenta.
- Nas mulheres, a diminuição de estrogénio na menopausa leva a secura vaginal, tornando a penetração dolorosa, e a diminuição da libido é também comum.
Contudo, estas questões têm muitas vezes solução através de cuidados médicos e adaptações.
A sexualidade na velhice é uma jornada de adaptação e autoconhecimento, e o primeiro passo é aceitar as novas realidades fisiológicas e desmistificar os mitos associados ao envelhecimento sexual.
Lembre-se que o prazer e a intimidade podem ser redescobertos.
- Como tem aceite estas novas realidades do seu corpo?
- Já procurou entender as causas destas mudanças?
- Considerou que existem soluções e apoios disponíveis?
- Está disposto a adaptar a sua abordagem à intimidade?
Mantenha a intimidade e o afeto ativos
A intimidade vai muito além do ato sexual, abrangendo carinho, toque, cumplicidade e comunicação.
Na velhice, o foco desvia-se da performance e concentra-se mais na conexão emocional e na partilha de momentos significativos.
Manter o afeto ativo é crucial para uma vida plena e satisfatória, independentemente das capacidades sexuais.
Gestos como dar as mãos, abraçar, beijar, ou simplesmente partilhar um momento de silêncio e proximidade, fortalecem os laços e aumentam a sensação de bem-estar.
A sexualidade na velhice será enriquecida através destas manifestações de carinho, que muitas vezes se tornam ainda mais valorizadas do que a relação sexual propriamente dita. O importante é nutrir a ligação e a afeição mútua.
As alterações físicas não precisam de diminuir a sua capacidade de sentir ou dar prazer. A intimidade assume novas formas, mais sensuais e menos focadas no desempenho.
Em alta entre os leitores:
É um período para explorar a profundidade da ligação com o seu parceiro, redescobrir o toque e a presença do outro de uma maneira renovada e mais consciente, sem pressões ou expectativas antigas.
- Que gestos de carinho são importantes para si e para o seu parceiro?
- Como podem nutrir a vossa ligação emocional diariamente?
- Exploram outras formas de contacto físico prazeroso?
- Estão abertos a novas expressões de afeto?
Explore novas formas de prazer e conexão
Com as mudanças que advêm do envelhecimento, abre-se uma oportunidade para reimaginar e reinventar a forma como vivencia o prazer e a sua sexualidade.
A fase madura da vida é um período de descoberta e de maior autoconhecimento íntimo, permitindo uma exploração sem as pressões ou expectativas da juventude.
Isto significa experimentar diferentes posições que sejam mais confortáveis, dedicar mais tempo às preliminares, ou descobrir que o toque e a estimulação em outras áreas do corpo são incrivelmente prazerosos.
A sexualidade na velhice é adaptável, tão rica e satisfatória quanto em qualquer outra idade, desde que haja abertura para a inovação e o diálogo.
Considere o uso de lubrificantes, que ajudam significativamente com a secura vaginal.
Permita-se e ao seu parceiro explorar o corpo de formas novas e criativas. Dispositivos de auxílio sexual, como vibradores, também são uma excelente ferramenta para redescobrir o prazer, tanto a solo como em casal.
O objetivo é focar-se na qualidade da experiência e na conexão emocional, em vez de numa definição restrita do que é ser sexual.
- Já pensou em experimentar novas atividades íntimas?
- Que tipo de toque lhe proporciona mais satisfação?
- Existe algo que sempre quis explorar na sua vida sexual?
- Como podem criar um ambiente mais relaxante para a intimidade?
Comunique abertamente com o seu parceiro
O diálogo franco e honesto é a pedra angular para uma vida sexual satisfatória em qualquer idade, e torna-se ainda mais crucial à medida que envelhecemos.
Partilhar sentimentos, desejos e preocupações fortalece a relação e ajuda a encontrar soluções em conjunto para os desafios que possam surgir na sexualidade na velhice.
Não assuma que o seu parceiro sabe o que sente ou deseja. Expresse as suas necessidades, medos e fantasias. Fale sobre as mudanças que está a experienciar e o impacto que estas têm em si.
Esta comunicação aberta não só alivia a pressão e a ansiedade, como também cria um espaço de maior compreensão e cumplicidade entre ambos.
Será difícil iniciar estas conversas, mas o resultado é uma intimidade mais profunda e uma maior satisfação para ambos.
Lembre-se que o seu parceiro também têm as suas próprias preocupações e desejos. A escuta ativa e a empatia são tão importantes quanto expressar-se. A honestidade constrói a confiança necessária para navegar pelas transformações da vida sexual com a idade.
- Conseguem falar abertamente sobre o que sentem na intimidade?
- Partilham os vossos desejos e as vossas preocupações sexuais?
- Escutam com atenção as necessidades um do outro?
- Como podem melhorar a vossa comunicação sobre este tema?
Procure apoio profissional quando necessário
Não hesite em procurar ajuda de um profissional de saúde se sentir que as mudanças na sua sexualidade estão a causar desconforto, ansiedade ou insatisfação.
Existem diversas abordagens e tratamentos que auxiliam a ultrapassar desafios específicos desta fase da vida, garantindo que a sexualidade na velhice seja vivida plenamente.
Médicos de família, urologistas, ginecologistas ou endocrinologistas ajudam a identificar causas físicas para disfunções sexuais, como problemas de ereção ou secura vaginal, e prescrever tratamentos adequados.
Por vezes, são os efeitos secundários de certos medicamentos que estão na origem das dificuldades, e existem alternativas a considerar. Não tenha vergonha de abordar estes temas em consulta.
Além dos profissionais da área médica, terapeutas sexuais ou psicólogos oferecem apoio para lidar com aspetos emocionais e psicológicos que afetam a vida íntima, como a baixa autoestima, a ansiedade de desempenho ou a depressão.
A terapia é uma ferramenta valiosa para explorar novos caminhos para a intimidade e o prazer, ajudando a aceitar e adaptar-se às mudanças de forma saudável.
- As suas preocupações afetam a sua qualidade de vida?
- Já conversou com o seu médico sobre a sua saúde sexual?
- Consideraria a ajuda de um terapeuta sexual ou psicólogo?
- Está pronto para investir no seu bem-estar íntimo?
Perguntas frequentes
- A sexualidade desaparece com a idade?
Não, a sexualidade evolui e pode ser vivida de novas formas ao longo da vida. - Quais são as mudanças físicas mais comuns na sexualidade feminina?
Pode haver secura vaginal e diminuição da elasticidade, mas há soluções. - E nos homens, que alterações físicas podem ocorrer?
Pode haver dificuldade de ereção e ejaculação, mas há tratamentos eficazes. - A libido diminui inevitavelmente com o envelhecimento?
Não necessariamente. A libido pode variar, mas não desaparece por completo. - É normal sentir menos desejo sexual na velhice?
Sim, varia, mas muitos experimentam uma mudança no nível de desejo. - Como manter a intimidade e conexão com o parceiro?
Comunicação, carinho e exploração de novas formas de toque são cruciais. - A menopausa afeta a vida sexual das mulheres?
Sim, pode causar sintomas que afetam, mas há estratégias para geri-los. - A andropausa tem impacto semelhante nos homens?
Sim, pode afetar o desejo e a função, mas é diferente da menopausa feminina. - O que fazer se houver dor durante o ato sexual?
Consulte um médico. Há tratamentos para secura ou outras causas de dor. - Ainda é possível ter orgasmos na terceira idade?
Sim, a capacidade de ter orgasmos geralmente permanece ao longo da vida. - A sexualidade envolve apenas a penetração?
Não. Intimidade, toque, carinho e outras formas de prazer são importantes. - Como lidar com a imagem corporal que muda com a idade?
Foco na autoaceitação e na valorização de outras formas de intimidade. - É seguro ter relações sexuais se tiver problemas de saúde?
É importante falar com o seu médico para garantir que é seguro para si. - Onde procurar ajuda ou conselhos sobre sexualidade na velhice?
Médicos, enfermeiros, sexólogos e terapeutas podem oferecer apoio. - A sexualidade pode melhorar com a idade?
Sim, com menos pressão, mais foco na intimidade e comunicação, pode enriquecer.
Deixe um comentário