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Quando um tem mais vontade de sexo que o outro?

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Tempo de leitura: 7 minutos

Casal sentado no sofá, sorrindo um para o outro e segurando as mãos com carinho.

Na diferença de desejo sexual em casamentos, a intimidade e a autoestima sofrem. Comunicação aberta e empatia são chaves para restaurar o equilíbrio e fortalecer o vínculo.

O descompasso no desejo sexual entre parceiros é uma realidade comum nos casamentos, ocorrendo quando um tem mais vontade de sexo que o outro.

Essa disparidade, quando não abordada, afeta negativamente a intimidade, gerando sentimentos de rejeição, insegurança e culpa em ambos os lados, impactando diretamente a autoestima.

As vantagens de ler este artigo:

  1. Entender o descompasso de desejo.
  2. Reconhecer o impacto na intimidade.
  3. Identificar como afeta a autoestima.
  4. Descobrir a importância da comunicação.
  5. Aprender a buscar harmonia, não igualdade.
  6. Obter estratégias para fortalecer a conexão.

1. Quando o desejo falha

O sexo, para muitos casais, funciona como uma “cola invisível” que fortalece a conexão emocional, reforçando os laços de intimidade e cumplicidade.

Quando há um desequilíbrio notável no desejo sexual, essa cola dá sinais de enfraquecimento, pressionando a estrutura da relação.

As consequências desse descompasso são dolorosas. Para o parceiro com maior desejo, a experiência gera sentimentos de rejeição, solidão e questionamentos sobre o próprio atrativo. A sensação de não ser desejado(a) mina a confiança.

Por outro lado, o parceiro com menor desejo se sente constantemente pressionado(a), culpado(a) por não corresponder às expectativas ou por não sentir a mesma urgência.

Essa pressão, paradoxalmente, diminui ainda mais a vontade, criando um ciclo vicioso onde a intimidade se torna um campo minado, transformando um espaço de encontro em um local de ansiedade ou indiferença.


2. Autoestima e o ciclo vicioso do desejo

A intimidade sexual muitas vezes se reflete diretamente na autoestima de cada indivíduo dentro do casamento.

Quando há uma disparidade significativa no desejo, o ego é facilmente ferido, levando a percepções distorcidas sobre si mesmo e sobre o parceiro.

Um dos parceiros começa a sentir que não é mais desejado(a), impactando diretamente o seu senso de valor pessoal e de atratividade.

Essa sensação se aprofunda, levando a dúvidas sobre se o amor do outro ainda é tão forte quanto antes.

Simultaneamente, o outro parceiro internaliza a culpa, sentindo que está “falhando” na relação por não conseguir corresponder ao nível de desejo do companheiro.

Essa culpa cria uma barreira emocional ainda maior, dificultando a conexão e a espontaneidade.

O ciclo se perpetua:

  1. A dor emocional gerada pelo descompasso diminui o desejo, que por sua vez;
  2. Intensifica a dor e o distanciamento.

3. A necessidade vital da conversa

O silêncio é, sem dúvida, o principal vilão quando se trata de desequilíbrios de libido. A dificuldade em abordar o tema do sexo abertamente dentro do casamento é uma barreira cultural e pessoal que impede a resolução.

Muitos casais optam por ignorar o problema, esperando que ele se resolva sozinho ou temendo a confrontação.

Essa abordagem, no entanto, funciona como uma “bomba-relógio” que, com o tempo, só agrava a distância entre os parceiros. A falta de diálogo proativo alimenta inseguranças e ressentimentos.

A chave para superar essa barreira reside na habilidade de conversar com empatia. Isso significa focar na escuta ativa e na compreensão mútua, evitando julgamentos, acusações ou a contagem de quem cede mais em termos de intimidade.

A mudança de perspectiva é crucial: em vez de perguntar “Quem tem razão?“, o casal deve se perguntar “O que está a acontecer conosco?

Exemplos de comunicação empática:

  • Eu sinto que nossa intimidade diminuiu, e isso me preocupa. Como você tem se sentido em relação a isso?
  • Eu percebo que às vezes eu tenho mais vontade que você, e outras vezes é o contrário. Eu queria que a gente pudesse conversar sobre isso sem pressão.
  • O que você acha que ajudaria a nos sentirmos mais conectados fisicamente?

4. Harmonizar, não igualar

A ideia de que os níveis de desejo sexual de um casal devem ser perfeitamente iguais é, em grande parte, uma utopia.

A verdade é que as vontades sexuais de cada pessoa são únicas, multifacetadas e naturalmente variáveis ao longo do tempo.

O verdadeiro segredo para um relacionamento íntimo e satisfatório não está em forçar a igualdade, mas em buscar a harmonia.

Isso se assemelha a uma dança, onde os papéis se alternam, onde a compreensão e a adaptação são fundamentais para o ritmo a dois.

A harmonia permite que ambos os parceiros se sintam vistos e valorizados. É importante expandir o conceito de desejo e intimidade para além da mera frequência sexual.

O toque carinhoso, o afeto, o humor compartilhado, a cumplicidade em pequenos gestos e a profundidade das conversas são todas formas vitais de expressar e nutrir a conexão íntima.

Quando os casais praticam essa harmonia, o sexo deixa de ser uma obrigação ou um campo de batalha e se transforma em um intercâmbio energético e prazeroso.

Eles se distanciam da rotina e da pressão, permitindo que a intimidade floresça de forma mais genuína e satisfatória para ambos.

Tabela: Formas de expressar intimidade além do sexo

Dimensão da intimidadeExemplos práticos
Comunicação emocionalConversas profundas sobre o dia, partilha de medos e esperanças.
Afeto físicoAbraços prolongados, beijos espontâneos, mãos dadas.
Cumplicidade e humorPiadas internas, risadas compartilhadas, apoiar um ao outro em desafios.
Atos de serviçoFazer algo gentil sem ser pedido, como preparar o café da manhã.
Tempo de qualidadeDedicar tempo exclusivo um ao outro, sem distrações.

Perguntas frequentes

  1. É normal ter desejos sexuais diferentes em um casamento?
    Sim, é muito comum e não significa que o relacionamento seja falho.
  2. O que causa o desequilíbrio na libido?
    Vários fatores influenciam, como estresse, hormônios e questões emocionais.
  3. Quais as consequências de um descompasso de desejo?
    Geram rejeição, culpa, ansiedade e distanciamento emocional.
  4. Como o desequilíbrio afeta a autoestima?
    Um parceiro se sente indesejado, o outro se sente culpado.
  5. O silêncio é o principal problema no descompasso de libido?
    Sim, a falta de diálogo aberto e honesto agrava a situação.
  6. Ignorar o problema resolve?
    Não, a falta de comunicação cria inseguranças e ressentimentos.
  7. Qual a importância da conversa aberta?
    Permite compreensão mútua, evita julgamentos e busca soluções juntos.
  8. Como iniciar uma conversa sobre desejo sexual?
    Use frases que expressem sentimentos e convidem ao diálogo empático.
  9. O objetivo é ter o mesmo desejo sexual?
    Não, o objetivo é buscar harmonia e compreensão mútua.
  10. O que significa buscar a harmonia no desejo?
    Adaptar-se ao ritmo do outro e valorizar a conexão.
  11. O que é “dança do desejo a dois”?
    Um modelo onde os papéis se alternam e a compreensão prevalece.
  12. Como expandir o conceito de intimidade?
    Incluindo afeto, cumplicidade, humor e conversas profundas.
  13. O sexo deve ser visto como obrigação?
    Não, deve ser um intercâmbio energético e prazeroso.
  14. O que fortalece a conexão íntima além do sexo?
    Toque carinhoso, afeto, cumplicidade, humor e conversas.
  15. A igualdade de desejo é uma utopia?
    Sim, é mais realista buscar harmonia e satisfação mútua.

 

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