Relações em Portugal, com mais presença, afeto e consciência.

Como ter certeza que o namoro ou casamento acabou?

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Tempo de leitura: 9 minutos

Como ter certeza que o namoro ou casamento acabou?

Para teres a certeza que o namoro acabou, basta reparar: se já não há carinho, vontade nem planos juntos, então é porque o amor já saiu e só ficou o hábito.

Se já não há vontade, carinho, planos em conjunto ou sequer uma preocupação genuína com o que o outro sente, então já não é preciso esperar por mais sinais. A relação está no fim, mesmo que ainda não tenha sido dita em voz alta.

Cheguei a esta resposta depois de anos a ouvir histórias, analisar comportamentos de casais e perceber padrões que se repetem, especialmente cá em Portugal.

Muitas vezes, confundimos hábito com amor. Por isso, o que vais ler aqui foi feito com base naquilo que mais vejo nos casais portugueses que já estão juntos só por estar, e nem sempre se dão conta disso.

Ao leres este artigo até ao fim, vais:

  • Identificar sinais claros de que a relação já terminou emocionalmente;
  • Perceber o que cada sinal significa no contexto português;
  • Descobrir estratégias para lidar com o fim sem perder a cabeça;
  • E ainda levar umas boas verdades, ditas com graça, que mudam a tua maneira de ver o amor.

1. O interesse emocional desapareceu

O interesse emocional desapareceu quando uma das pessoas deixa de se importar com o outro, já não pergunta como foi o dia, não sorri com as coisas que antes faziam rir, e fica com aquela cara de “tanto me faz” sempre que o outro fala.

Isto acontece porque, na cabeça de quem deixou de se importar, a cumplicidade foi-se embora. A falta desses pequenos gestos mostra que o sentimento secou.

Quando há amor, mesmo quem só estudou até ao 4.º ano sabe notar que falta aquele jeitinho ou aquela ternura que fazia tudo parecer especial.

Lista rápida para perceber se o interesse desapareceu:

  • Já não perguntam nada sobre a tua vida.
  • O outro não vibra com as tuas conquistas.
  • As conversas ficaram secas como torrada esquecida.
  • Já é só “tudo bem” em vez de “ai, fiquei tão contente!

Amor é atenção. E atenção é querer saber, querer partilhar, querer rir junto. Se esses sinais desaparecem, é como engolir uma colherada de sopa sem caldo: fica só maizena, sem sabor.

Perdes o caldo emocional, só fica o seco. Ou seja, o namoro já não existe como antes e está seco e duro, igual a pão amanhecido.


2. As discussões tornaram-se um ciclo vicioso

Quando as discussões tornaram-se um ciclo vicioso, significa que continuamos a discutir sempre as mesmas coisas, sem resolver nada, e ao fim e ao cabo até nos cansamos de discutir, porque não dá em nada.

Se tudo volta ao mesmo, é sinal de que não há escuta nem respeito, mas teimosia.

E quando isso acontece, o namoro entra num looping chato: nenhum avança, nenhum cede, e o “tudo bem então” vira rotina frustrante.

Parceiro ou parceira sempre a repetir os mesmos argumentos? Já viste este artigo sobre o que fazer quando a conversa já não resolve mais nada? É bom para perceberes quando vale a pena insistir ou quando é melhor parar e focar em ti mesmo.

Conversa bem entendida alivia, conversa repetida irrita. Quando a conversa já é só “sempre esta história“, deixa de haver ponte, só muro. Se é sempre igual, é porque não queres mudar… e isso mostra que o namoro já não merece esforço.


3. A intimidade física deixou de existir

A intimidade física deixou de existir quando já não há abraços, beijos ou aquele toque que dava jeito, mesmo só para lembrar que ainda estamos cá e que o amor existia.

Em Portugal, valorizamos o conforto do toque, os cafés, os jantares e até os olhares que dizem “estou aqui para ti“.

Se isso já não acontece, significa que o vínculo se rasgou.

Mesmo que digam que estão cansados, o carinho vale mais do que palavras quando tudo o resto falha.

Sabias que, mesmo sem sexo, um simples abraço reduz o stress e dá aquela sensação de “estou contigo“?

Aqui está um truque simples: um abraço apertado de 20 segundos solta oxitocina, a hormona do carinho. E essa química é boa para o relacionamento… ou para perceber que ele já não está lá.

A lógica é que tocar é cuidar. E quando paramos de tocar, deixamos de cuidar. O toque físico é a tradução por gestos do afeto guardado no coração.


4. Os planos já não incluem o parceiro

Quando os planos já não incluem o parceiro, é porque a cabeça já decidiu sair da relação, mesmo que o corpo ainda esteja ali.

Os portugueses são muito ligados à ideia de “nós“. Dizemos “vamos passar o Natal com os meus pais?“, “este verão vamos ao Gerês?“, e não é só força de expressão.

Quando esses planos viram um “eu vou“, “eu quero“, “eu pensei em ir sozinho“, é sinal de que algo quebrou.

O amor, cá, é feito de partilhas e projectos futuros. Quando já só se olha para o umbigo, é porque o outro já não está incluído nas contas da vida.

Quando há planos em conjuntoQuando os planos excluem o outro
Vamos comprar um carro novo?Estou a pensar trocar de carro.
No verão, onde vamos?Este ano vou viajar sozinho.
Queres vir comigo à consulta?Já marquei para mim, depois conto.
Vamos ver casas para alugar?Encontrei um T1 porreiro para mim.

Se os planos começam a excluir o outro, é porque o sentimento também já está fora da equação. A lógica é esta: quem ama, inclui. E quem exclui, já se desligou.

Por isso, se os teus sonhos já não têm o outro lado da cama, então é porque o coração também já saiu da relação.


5. A indiferença tomou conta da relação

Quando a indiferença toma conta da relação, é o fim da linha. Já não dói, já não se chora, já não se sente nada. E, acredita, isso é muito pior do que discutir ou ficar triste.

Quando já não te importas se o outro chegou tarde, se está doente ou se está a rir com outra pessoa, é porque o amor se transformou em apatia.

Se já nem sentes vontade de tentar conversar ou resolver seja o que for, vale a pena ler sobre quando a conversa já não resolve mais nada. Este artigo ajudará a perceber se ainda há volta a dar… ou se é só uma questão de aceitar e seguir.

Quando amamos, reagimos. Choramos, zangamo-nos, sentimos ciúmes. Quando já nem isso acontece, é porque o coração fechou as portas. Indiferença é ausência de emoção. E sem emoção, não há relação.


Perguntas frequentes

  1. Se já não tenho vontade de ver a pessoa, é sinal de fim?
    Sim, se a simples ideia de estar com ela já te pesa, isso mostra desinteresse emocional, e sem vontade, o namoro já foi.
  2. Discutir muito é sinal de fim ou de paixão?
    Depende. Se discutem e resolvem, ainda há amor. Mas se discutem sempre pelo mesmo e nada muda, já não é paixão, é desgaste.
  3. Podemos continuar juntos mesmo sem intimidade física?
    Poder, podem. Mas a pergunta certa é: querem? Sem toque, sem carinho, sem desejo… fica difícil manter um namoro saudável.
  4. É normal fazer planos sozinho mesmo estando num namoro?
    Ocasionalmente, sim. Mas se todos os teus planos excluem o outro, estás a viver como solteiro… e a relação está por um fio.
  5. Se sinto alívio quando não estou com a pessoa, o que isso diz?
    Diz tudo. Quando a presença do outro já não é confortável, é porque já não há ligação afetiva.
  6. O que fazer quando já não me importo com o que o outro sente?
    Reconhecer que isso é indiferença. E indiferença é o oposto do amor. Provavelmente, o namoro já acabou emocionalmente.
  7. É possível amar sem gostar mais da pessoa?
    É possível ter afeto ou memória do que foi… mas amor, o verdadeiro, implica gostar. Se já não gostas, é porque já não amas.
  8. Só percebo os defeitos do outro, é sinal de fim?
    Pode ser. Quando já não conseguimos ver o lado bom da pessoa, é porque a admiração foi-se, e sem isso, o namoro fica cego.
  9. Como saber se estou a forçar uma relação?
    Se sentes que estás a puxar sozinho, que fazes planos, resolves brigas e manténs o contacto por ti… estás a remar sozinho.
  10. Estar mais feliz longe da pessoa é normal?
    Se for frequente, não é normal, é sinal de que a presença dela já não te faz bem. E isso diz muito sobre o estado da relação.
  11. Vale a pena continuar “por pena” do outro?
    Não. Ninguém merece ser amado por obrigação. Ficar por pena só prolonga o sofrimento de ambos.
  12. É possível salvar o namoro quando um já desistiu?
    Não, porque namoro precisa de dois. Se só um tenta, é esforço perdido. Mais vale aceitar e seguir em frente.
  13. Pode-se amar alguém e mesmo assim ter de terminar?
    Sim. Às vezes o amor não é suficiente. Há desentendimentos, valores diferentes ou caminhos que se separam mesmo com afeto.
  14. O medo de ficar sozinho pode esconder o fim do namoro?
    Pode e muito. Há quem prefira uma relação morna a enfrentar a solidão. Mas viver mal acompanhado não é solução.
  15. Como ter 100% de certeza que acabou?
    Quando já não há respeito, carinho, vontade ou planos em conjunto… e o coração já não sente. A certeza vem quando, mesmo com tudo ali, já não há nada dentro.

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