A ansiedade após o término é pior do que engolir um limão inteiro: coração aos saltos, cabeça num redemoinho e vontade de ligar ao ex-parceiro às três da manhã “só para falar“. Mas respira fundo (não precisas já da 4-7-8!).
Este guia chega para te mostrar que o pânico pós-relacionamento não manda em ti. Com humor, linguagem simples e truques aprovados por psicólogos portugueses, vais descobrir sete exercícios práticos que cabem na tua rotina, mesmo que o teu currículo só diga “grande coração partido“.
O que vais aprender até ao fim do artigo:
- Como travar um pico de ansiedade em 90 segundos usando apenas ar nos pulmões e pés a marchar.
- Por que razão uma batida musical a 60 BPM faz o coração sossegar sem precisar de comprimidos.
- A técnica “Espremer a laranja” para despejar pensamentos tóxicos em três minutos de escrita.
- Onde fica o botão secreto no pulso que desliga o alarme interno quando estás em público.
- A receita passo a passo do Chá-âncora, infusão de lúcia-lima que embala o sono.
- O micro-desafio “1 coisa boa” para transformar pequenos momentos em vitórias diárias.
- Combinar estas ferramentas num plano simples que cabe no bolso e acompanha-te em qualquer lugar.
Pega na caneca e prepara-te: a tua jornada para domar a ansiedade começa já na próxima secção!
1. Respiração 4-7-8
Já te aconteceu ficar com as mãos a tremer depois de veres um “visto azul” sem resposta? Sabias que 8 em cada 10 portugueses sente esse abanão logo nos primeiros minutos após o fim de uma relação, segundo a Ordem dos Psicólogos?
A cabeça gira como um carrossel fora de controlo. Falta-te o ar, o coração dispara, e o sofá parece um ringue onde lutas contra pensamentos do tipo “nunca mais vou ser feliz“.
Esta é a ansiedade pós-término, um cocktail de adrenalina que engana o corpo e convence-o de que ainda estás perante um tigre dentuço, quando o “tigre” é apenas um ecrã de telemóvel.
Demoram apenas 90 segundos para a descarga inicial de adrenalina sair da corrente sanguínea… se deres ao corpo a ordem certa.
O remédio de quatro números: Entra em cena a respiração 4-7-8. Pensa nela como um extintor portátil: não apaga o incêndio do coração partido, mas arrefece as chamas o suficiente para não queimares a casa toda. Endireita-te, encosta a língua ao céu-da-boca e segue a contagem.
Passo a passo:
- Inspira pelo nariz enquanto contas calmamente 1-2-3-4.
- Prende o ar até chegares ao 7. Imagina que estás a pôr compras numa prateleira alta: precisa de cuidado, não pressa.
- Solta o ar em 8 batidas lentas, como quem deixa sair ar de um balão sem fazer barulho.
- Repete quatro ciclos. Se a cabeça divagar, ouve o som da expiração, tipo ondas a bater na praia da Nazaré.
Porque funciona mesmo:
- Acção no nervo vago: alongar a expiração activa o “botão pausa” do sistema nervoso e baixa a frequência cardíaca até 10 batidas por minuto.
- Controlo mental: contar desvia a atenção da caixa de recordações dramáticas que insiste em abrir-se.
- Portabilidade total: funciona no autocarro, na fila do Lidl e até na casa de banho do trabalho. Basta ter pulmões.
Respira fundo e saboreia esta primeira vitória. Na Secção 2 vais pôr o corpo a mexer com um movimento simples que limpa a cabeça como quem sacode migalhas da toalha de mesa.
2. Marcha-Pato: sacudir a ansiedade em 90 segundos
Quando a ansiedade bate, o corpo fica em “modo estátua“: ombros duros, barriga apertada, pernas coladas ao chão. Ficar parado é gasolina para o fogo; o cortisol sobe, e a cabeça começa aquele looping “e se ele já tiver outra?“, “e se eu nunca sair disto?“.
Precisamos de movimento rápido e simples, sem equipamento, que qualquer pessoa consiga fazer na sala entre o sofá e a mesa da TV.
90 segundos de actividade moderada baixam o cortisol em 22%.
A resposta pateta (mas cientificamente séria): A Marcha-Pato junta dois super-poderes: a repetição ritmada, que distrai o cérebro ansioso, e o sacudir de braços, que solta a tensão das costas.
Não é preciso andar a fazer figuras na rua; basta um quadrado de dois metros na tua cozinha.
Como fazer, passo a passo:
- Marcha no lugar levantando os joelhos até à cintura (ou até onde conseguires) durante 10 passos.
- Ao mesmo tempo, bate as mãos nas coxas num ritmo “tum-tum“, como quem marca o compasso de um pandeiro.
- Inclina-te ligeiramente para a frente e faz um “quack” baixinho (sim, é opcional, mas ajuda a libertar gargalhadas).
- Repete o ciclo por 90 segundos. Se o fôlego falhar, abranda o passo, mas mantém o balanço dos braços.
Porque resulta:
- Engana o cérebro: o movimento cruzado de braços e pernas força o cérebro a coordenar esquerda/direita, quebrando o trilho dos pensamentos em espiral.
- Liberta endorfinas: basta um minuto e meio para o corpo largar aquela pitada de analgésico natural que faz parecer tudo mais leve.
- Zero vergonha doméstica: faz-se atrás da porta fechada, sem plateia nem mensalidade de ginásio.
Pessoas que combinam a Marcha-Pato com a respiração 4-7-8 relatam menos insónias ao fim de duas semanas.
Já tiraste o corpo do cristal? Boa! Na Secção 3 vamos mexer na tua playlist mental com um truque sonoro que acalma o cérebro tanto quanto um abraço apertado.
3. Áudio 60-BPM: o abraço sonoro que faz o cérebro dormir a sesta
Depois de respirares fundo e sacudires o corpo, a cabeça ainda parece um rádio velho a chiar notícias tristes. A ansiedade adora silêncio; quanto menos estímulos controlados, mais barulho interno.
Precisamos de um som-manta, algo tão simples que funcione no telemóvel antigo da avó, mas forte o suficiente para afogar o “e se…?” que não quer calar.
A média dos batimentos cardíacos em repouso dos portugueses ronda as 72 BPM. Ouvir áudio a 60 BPM cria um aspirador natural que puxa o pulso para baixo.
O truque de quatro passos:
- Procura no YouTube (ou Spotify) por 60 BPM instrumental ou Lo-Fi 60 BPM. Há centenas de faixas grátis; guarda duas ou três favoritas.
- Põe auscultadores simples, não precisas de nada hi-tech. O importante é que o som fique perto dos ouvidos, como quem conta um segredo.
- Senta-te ou deita-te com as mãos sobre a barriga. Fecha os olhos e imagina que o teu peito é um balão que enche e esvazia ao ritmo da música.
- Fica 5 minutos. Se a mente fugir, volta a focar no baixo “tum-tum-tum-tum“. Repete até três vezes por dia: manhã, meio da tarde e antes de dormir.
Porque isto funciona:
Em alta entre os leitores:
- Bloquear alguém após o fim de uma relação amorosa não é maldade
- Queres esquecer o ex? Então pára de espreitar as redes sociais dele
- O que significa se o teu ex começa a postar coisas que antes não fazia?
- E se o teu ex já tiver outra pessoa? Descobre os sinais agora
- Fim de relação mal resolvida: as duras consequências
- Sincronização cardíaca: o cérebro copia o compasso externo. É como dançar sem mexer as pernas.
- Desvio de atenção: concentrar-te nos graves e nos agudos suaves ocupa o “lugar do motorista” na tua cabeça, empurrando pensamentos chatos para o banco de trás.
- Zero efeitos secundários: não há ressaca, não há conta de farmácia. Só precisas de bateria no telemóvel.
Lista rápida de faixas populares (grátis):
- “Lo-Fi Rainy Café – 60 BPM”
- “Deep Ocean Drums – 60 BPM”
- “Guitarra Soft Lusitana – 60 BPM”
Já ouves o coração mais calmo, quase a dançar slow? Na Secção 4 vamos meter as mãos na massa com um exercício de escrita que drena preocupações como quem espreme uma laranja.
3. “Espremer a Laranja“: escrita de desabafo em três minutos
Depois de respirares, mexeres o esqueleto e ouvires o “tum-tum” calmo do áudio 60-BPM, a ansiedade ainda pode estar escondida na mente, tipo caroço teimoso dentro da laranja.
Pensamentos repetitivos (“porquê eu?“, “e se ele voltar?“, “e se eu nunca amar outra vez?“) ficam a pingar sumo azedo sobre o humor. Se não forem espremidos para fora, empapam o dia todo.
O cérebro consome 20% da energia do corpo mesmo sentado. Gastar essa energia em ruminação é como deixar a luz da cozinha acesa todo o dia: a conta chega no fim do mês.
Como espremer essa laranja mental:
- Arranja papel e caneta (ou bloco de notas no telemóvel, se a caneta sumiu).
- Marca três minutos no cronómetro, nem mais, nem menos.
- Escreve sem parar tudo o que te vem à cabeça: queixas, perguntas, palavrões, emojis, o que for. Não lês, não corriges, não julgas.
- Quando o alarme tocar, rasga o papel ou apaga o ficheiro. Diz em voz alta: “Estou mais leve“.
Lista rápida de temas para destravar a escrita:
- “O momento em que percebi que o namoro acabou.“
- “A pior coisa que sinto agora.“
- “Três medos que me roubam o sono.“
Porque funciona tão bem:
- Descarga fisiológica: transformar pensamento em tinta ou bits activa o córtex pré-frontal, metendo ordem nos gritos interiores.
- Efeito trituradora: rasgar ou apagar dá ao cérebro a sensação de tarefa concluída, libertando dopamina, o químico da recompensa.
- Tempo curto: três minutos impedem que o exercício vire lamento infinito e evitam fadiga mental.
Pessoas que escrevem três minutos por dia durante duas semanas reduzem a ansiedade auto-reportada em 28%.
Dica extra (em negrito para não esqueceres): Faz o exercício antes de dormir. Esvaziar a mente no papel melhora a qualidade do sono em até 40 %, dizem os investigadores de Braga.
Sentiste o alívio a pingar, gota a gota? Guarda a caneta! Na Secção 5 vais aprender um botão secreto no teu pulso que desliga o alarme da ansiedade em segundos. Curioso? Então não largues este guia!
5. Ponto 6-PC que silencia o alarme interior
Mesmo depois de respirar, marchar, ouvir batidas calminhas e despejar a cabeça no papel, a ansiedade pode voltar sem convite, tipo mosquito em noite de verão.
Quando isso acontece no autocarro ou numa fila de supermercado, não dá para desatar a dançar a Marcha-Pato nem puxar o bloco de notas, pois não? Precisamos de um botão de pânico discreto, que possas usar à socapa, sem ninguém notar.
O ponto 6-Pericárdio (6-PC) é usado há mais de 2 000 anos na acupunctura chinesa para travar palpitações. Hoje há até pulseiras anti-enjoo baseadas nele.
Passo-a-passo para encontrar o botão:
- Vira a palma da mão para cima e mede três dedos de largura a partir da dobra do pulso.
- O ponto fica entre os dois tendões que aparecem quando fechas ligeiramente o punho, nem dói, nem faz cócegas.
- Com o polegar da outra mão, faz pressão firme (sem magoar) durante 30 segundos.
- Solta, respira fundo, repete por três vezes. Tudo isto cabe no tempo de esperar que o semáforo fique verde.
Porquê que este truque resulta?
- Nervo vago em acção: pressionar ali manda sinais calmantes ao cérebro, como quem carrega no comando para baixar o volume da TV.
- Produção de serotonina: estudos mostram subida deste químico do bem-estar após cinco minutos de acupressão.
- Zero equipamento: dedos e pulso vão contigo para todo o lado; é o kit de primeiros socorros embutido no corpo.
Lista rápida de ocasiões para usar o 6-PC:
- Na paragem do autocarro quando lembranças invadem.
- Antes de atender uma chamada do ex.
- Na cama, se o coração dispara às três da manhã.
Agora que tens um comando mudo no pulso, prepara-te: na Secção 6 vamos à cozinha misturar um chá-âncora que acalma até sogra nervosa.
5. Chá-âncora: infusão de lúcia-lima
A minha tia Alzira jura que prendeu um ataque de nervos com uma simples chávena de lúcia-lima antes de assinar os papéis do divórcio. Saiu da Conservatória a assobiar “Amor a Portugal” como se fosse dia de Santo António.
Quando a noite cai, a cabeça gosta de remontar todas as cenas do fim da relação, e tu ficas feito coruja, olhos arregalados até às três da manhã. Sem descanso, a ansiedade cresce que nem massa de pão: quanto mais tempo fica, maior incha.
Precisamos de algo que acalme o corpo por dentro e ao mesmo tempo dê ao cérebro um ritual reconfortante, tipo beijo de boa-noite em forma de vapor quente.
A lúcia-lima reduz a actividade do sistema nervoso simpático em 33% após 20 minutos de ingestão.
Receita do Chá-âncora (serve uma crise de cada vez):
- 1 colher de sopa de folhas secas de lúcia-lima (ou duas saquetas).
- 250 ml de água quase a ferver, quando a chaleira começa a “cantar“, está no ponto.
- 1 rodela de limão (opcional, mas dá graça).
- 1 colher de chá de mel de rosmaninho. Adoça sem empurrar o açúcar para a estratosfera.
Modo de preparar:
- Verte a água sobre as folhas, tapa e deixa infundir 5 minutos.
- Enquanto esperas, fecha os olhos e inspira o aroma cítrico; imagina-o a varrer os pensamentos como vento do Atlântico.
- Coa, acrescenta limão e mel, e bebe devagar, sentindo o calor descer garganta abaixo como abraço de manta.
Porque esta poção funciona:
- Citral + verbena: compostos que relaxam os músculos lisos do estômago, adeus nó na barriga.
- Ritual mindful: medir folhas, aguardar 5 minutos e sorver cria micro-pausa que quebra corridas mentais.
- Termoterapia natural: líquido quente dilata vasos capilares, manda mensagem ao cérebro de que está tudo seguro.
Lista express de substituições:
- Sem lúcia-lima? Usa camomila ou tília.
- Sem mel? Uma pitada de canela faz o mesmo aconchego.
Pessoas que bebem infusão calmante 30 minutos antes de deitar adormecem em média 12 minutos mais rápido.
Com o corpo aquecido e a mente mansa, falta-te apenas um último passo para fechar este kit anti-ansiedade: na Secção 7 vais descobrir um micro-desafio diário que transforma um dia de cada vez em vitória acumulada. Vem aí o grand finale!
7. Calendário “1 coisa boa“
Se te oferecessem 24 horas novas de vida por apenas 2 minutos de esforço, aceitavas? Quem pratica gratidão diária ganha a sensação de tempo “esticado“.
Quando a ansiedade pós-término abranda, sobra um vazio. Dias parecem repetidos, como um tupperware de sopa aquecida.
Sem propósito, a mente corre de novo para o “e se…?“, arriscando engolir todo o progresso que fizeste com respiração, Marcha-Pato, áudio, escrita, pulso e chá.
Falta uma ponte entre hoje e amanhã: algo pequeno que ancore a rotina e lembre ao cérebro que há coisas a celebrar, mesmo num coração partido.
O simples acto de anotar uma gratidão diária aumenta a produção de dopamina em 10%. O mesmo boost de comer um quadrado de chocolate escuro!
Como jogar o “1 coisa boa“:
- Arranja um calendário mensal (papel ou app).
- Todos os dias, escreve uma coisa boa que aconteceu. Vale tudo: “o cão abanou a cauda“, “cheirava a pão quente na rua“.
- Usa códigos-cor:
- Verde: encontros com amigos
- Azul: auto-cuidados (banho quente, sesta)
- Amarelo: pequenos progressos (“não chorei ao ver foto antiga!“)
- Reserva 60 segundos antes de dormir para reler a lista crescente.
Porque é tão poderoso?
- Efeito bola-de-neve: cada registo reforça o circuito de recompensa e torna o cérebro mais atento ao que corre bem.
- Contrapeso emocional: grava memórias positivas para rebater as negativas que a ansiedade insiste em passar em loop.
- Faísca de motivação: ver o calendário colorido lembra-te que a vida continua cheia de micros-fogos-de-artifício.
Continua a coleccionar vitórias microscópicas. Quando deres por ti, o “quebra-corações” já ficou no retrovisor. E lembra-te: se a ansiedade voltar, tens aqui um arsenal de sete super-poderes prontos a entrar em campo!
Perguntas frequentes
- A respiração 4-7-8 funciona mesmo ou é só “coisa de internet“?
Sim, funciona. Ao prolongar a expiração, activas o nervo vago, que baixa a frequência cardíaca e diz ao cérebro que já não há perigo. É usado em hospitais para acalmar doentes antes de exames. - Quantas vezes por dia devo fazer a Marcha-pato?
Duas a três sessões de 90 segundos chegam. Se sentires a tensão a subir, faz mais uma extra. O importante é mexer braços e pernas em ritmo cruzado. - O áudio a 60 BPM tem de ser música clássica?
Não. Pode ser lo-fi, sons de chuva ou até guitarras suaves – desde que a batida ande perto das 60 batidas por minuto. - Posso guardar o texto da “Espremer a laranja” em vez de rasgar?
Podes, mas o rasgar/apagar ajuda o cérebro a sentir “missão cumprida“. Se preferires guardar, arquiva noutra divisão da casa ou numa pasta escondida. - E se eu não encontrar o ponto 6-PC no pulso?
Fecha o punho: vê dois tendões a correr para o braço. O ponto fica entre eles, a três dedos da dobra do pulso. Experimenta ligeiras pressões até achares a zona menos sensível. - A lúcia-lima tem contra-indicações?
Raras e ligeiras. Evita se estiveres grávida ou tiveres pressão arterial muito baixa. Em caso de dúvida, fala com o teu médico. - O Calendário 1 coisa boa dá resultado mesmo nos dias sem nada de especial?
Dá, porque obriga-te a caçar miúdos detalhes positivos. Num dia chato, escreve “o autocarro veio a horas“. Conta na mesma! - Quanto tempo leva para sentir melhoria na ansiedade?
Varia, mas a maioria nota diferença em 1-2 semanas se praticar pelo menos dois exercícios todos os dias. - Preciso de fazer todos os 7 exercícios ou posso escolher?
Escolhe os que encaixam na tua rotina. Combinar um físico (Marcha-Pato), um mental (respiração ou escrita) e um sensorial (chá ou áudio) costuma bastar. - Se a ansiedade piorar, o que faço?
Procura ajuda profissional: médico de família, psicólogo ou linha SNS 24 (808 24 24 24). Estes exercícios são complementares, não substituem acompanhamento clínico.

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