Deixar de seguir o/a ex nas redes sociais parece uma atitude radical, até um bocadinho agressiva, mas na realidade é um gesto de autocuidado. Ao fazeres isso, cortas um dos principais canais de dor: ver todos os dias o que ele ou ela anda a fazer, com quem está, e até onde anda a passear.
Primeiro, reconhecer que não estás a ser cruel, mas sim a escolher paz. Depois, tens de agir: carregar no botão de deixar de seguir, resistir à tentação de espreitar perfis em modo incógnito e substituir esse tempo e energia por algo que te faça bem.
As vantagens de leres este artigo até ao fim são claras:
- Vais perceber que não estás sozinho nesta luta.
- Vais aprender estratégias práticas para criar coragem e dar o passo.
- Vais deixar de ver as redes sociais como inimigas.
- Vais transformar um ato digital banal num símbolo real de recomeço.
- Vais ter respostas às dúvidas mais comuns através de uma secção de perguntas frequentes.
1. Reconheça que não é um ato de maldade
Deixar de seguir o teu ex nas redes sociais não é um ato de maldade, é um ato de sobrevivência.
Quando acabas uma relação, aquilo que mais precisas é de espaço para respirar, e se continuas a ver cada foto, cada frase ou até o novo corte de cabelo dele ou dela, estás só a enfiar o dedo na ferida.
E por que é que isto não é maldade? Porque a vida digital é só isso: digital. Não estás a apagar a pessoa do mundo real, só estás a proteger o teu espaço mental.
Ora, não é má pessoa quem cuida de si próprio. Se calhar até estás a ser simpático, porque deixas de reagir a posts e evitar mal-entendidos que só trazem dramas desnecessários.
Para veres melhor a diferença, olha aqui:
| Pensamento comum | Realidade |
|---|---|
| “Se deixar de seguir, ele vai pensar que o odeio“ | Vais mostrar que tens respeito por ti e pelo teu espaço. |
| “As pessoas vão achar que sou infantil“ | Na verdade, a maioria entende que é normal. |
| “Mas eu ainda gosto dele, não consigo“ | Justamente por isso é que precisas de distância. |
| “Deixar de seguir é cortar laços de vez“ | Não, é só dar um descanso ao coração. |
Se estavas num barco a afundar, não hesitavas em largar os pesos para conseguires nadar, pois não? Pois é igual aqui.
Não vais afundar por causa de um feed do Instagram ou um story de café em Alfama. Vais é ganhar fôlego.
2. Perceba o impacto emocional das redes sociais
As redes sociais têm muito mais impacto na tua recuperação do que imaginas. Ao veres o teu ex todos os dias a sorrir, a sair à noite ou até a postar frases inspiradoras, a tua mente engana-se e pensa que ele já seguiu em frente sem dor nenhuma.
E tu ficas a remoer. A verdade é que as redes sociais mostram só uma versão editada da vida, nunca a realidade inteira.
E por que é que isso é importante? Porque se não percebes o poder que estas plataformas têm sobre ti, vais continuar a sentir-te pequeno sempre que abres o telemóvel.
Aliás, há até quem tenha feito estudos sobre isto: as redes atrasam o luto amoroso. Se duvidas, espreita este artigo: Queres esquecer o ex? Então pára de espreitar as redes sociais dele. Vê como é libertador cortar este cordão digital.
Para simplificar, aqui tens os efeitos mais comuns das redes sociais depois de um término:
Em alta entre os leitores:
- Como pedir desculpas sem transformar o pedido em novo conflito
- Como é que se mostra que se está mesmo a ouvir no casamento?
- Escuta ativa no casamento: o superpoder que ninguém ensina
- O silêncio é tanto um sinal de maturidade quanto de afastamento
- Como reconstruir a confiança depois de discussões frequentes?
- Aumentam a comparação: “porque é que ele está feliz e eu não?“
- Prolongam a dor: todos os dias há gatilhos novos.
- Criam ilusões: o que vês não é o que realmente está a acontecer.
- Dificultam o desapego: continuas preso a pequenas migalhas do passado.
Se todos os dias metes veneno numa ferida, a ferida não fecha. O que acontece com as redes é exatamente isso. Tu pensas que estás a manter contacto saudável, mas na realidade só estás a repetir o mesmo ciclo de dor.
3. Lembre-se de que a vida real importa mais que a digital
Sim, a vida real é mais importante do que aquilo que se passa no ecrã do telemóvel. Podes seguir o teu ex, podes ver os stories dele a comer um pastel de nata em Belém ou a beber um copo de vinho no Bairro Alto, mas nada disso muda a tua vida real.
O que muda a tua vida real é o que fazes quando sais da cama, quem encontras, o trabalho que procuras, as conversas que tens.
Se te agarras à vida digital, ficas numa bolha que não te deixa avançar. E quando se trata de um ex, essa bolha é ainda mais tóxica, porque passas a medir a tua vida com base naquilo que o outro publica.
Se quiseres perceber melhor porque é que a tua dor não passa quando ficas preso nestas ilusões, lê este artigo: Término do relacionamento: porque é que a tua dor não passa?
Olha este quadro para veres a diferença:
| Vida digital (ilusória) | Vida real (concreta) |
|---|---|
| Likes, comentários e stories do ex | Amizades que tens ao teu lado |
| Fotos editadas e viagens de fim de semana | O teu emprego, o teu dia-a-dia |
| Frases motivacionais copiadas do Google | A tua saúde e bem-estar |
| Relação exibida para os outros verem | Relações genuínas que constróis |
Redes sociais são só um palco, e palco é feito de luzes e ilusões. Se queres mesmo curar-te, tens de sair do teatro e ir viver a tua vida fora do ecrã.
4. Lembre-se que não é definitivo
Deixar de seguir o teu ex não é uma decisão definitiva para toda a vida, é apenas um passo para ganhares paz agora.
Muita gente entra em pânico e pensa logo: “se eu deixar de seguir, nunca mais vou poder voltar atrás“. Isso é falso.
As redes sociais dão-te sempre a opção de voltar a seguir a pessoa, se algum dia fizer sentido. O problema é que ficas agarrado ao medo do “para sempre” e acabas por não dar o primeiro passo.
Quando acreditas que uma escolha é irreversível, ela pesa mais do que devia. A verdade é que deixar de seguir é como arrumar roupas que já não usas: podes guardar, podes voltar a tirar, mas por agora, o que precisas é de espaço no armário.
Aqui ficam exemplos do que realmente significa deixar de seguir:
| Medo | Realidade |
|---|---|
| “Se eu deixar de seguir, vou perder o contacto para sempre“ | Não perdes, só metes em pausa. |
| “Nunca mais vou saber nada da vida dele/a“ | Se for importante, vais acabar por saber de outras formas. |
| “Isto é uma decisão sem volta atrás“ | Não, tens sempre o botão “seguir” outra vez. |
| “Ele/a vai achar que eu o/a odeio“ | Não, vai achar que tens amor-próprio. |
Muitas vezes damos a estas coisas digitais um peso maior do que têm. As redes sociais não são contratos escritos em cartório, são apenas plataformas feitas para ligar e desligar.
Se hoje desligas, amanhã podes ligar de novo. Mas se nunca desligas, ficas sempre preso.
5. Transforme o ato em símbolo de recomeço
Sim, deixar de seguir o teu ex deve ser encarado como um ritual de recomeço.
Pensa comigo: quando se muda de casa, não se leva os sacos do lixo para a sala nova, pois não? Então por que razão hás de levar o lixo emocional do ex para a nova fase da tua vida?
O botão de “deixar de seguir” é mais do que um clique, é uma espécie de cerimónia, como quem fecha um livro e começa outro.
Em vez de veres como perda, vês como libertação. É um sinal claro para ti próprio: “a partir de hoje, escolho paz e futuro, não saudade e dor“.
Aliás, se sentes que nunca vais conseguir ser feliz sem o teu ex, recomendo leres este artigo: 5 conselhos para alguém diz “nunca mais vou ser feliz”. Vai dar-te aquele empurrãozinho extra para perceberes que a felicidade não acabou, só mudou de forma.
E para ajudar, aqui ficam alguns “rituais digitais” que deves fazer junto com o ato de deixar de seguir:
- Apagar conversas antigas que já não servem.
- Mudar a foto de perfil para algo que simbolize o novo tu.
- Seguir páginas de coisas que te fazem rir.
- Escrever num papel: “Hoje começo de novo” e colar no frigorífico.
Quando transformas uma ação banal (como clicar em “unfollow“) num ritual simbólico, a tua mente regista aquilo como um marco.
Perguntas frequentes
- Deixar de seguir o meu ex é infantil?
Não, infantil é estar a espreitar os stories às 3 da manhã e depois fingir que já seguiste em frente. - Ele vai pensar que eu o odeio se o deixar de seguir?
Não, vai pensar que tens amor-próprio. E se pensar mal… problema dele. - E se eu ainda gostar dele?
É precisamente por isso que deves deixar de seguir. Gostar não é desculpa para continuares a sofrer. - E se ele me confrontar?
Podes sempre responder: “precisava de espaço para mim“. É honesto e ninguém pode dizer que estás errado. - O que faço se tiver vergonha de o pessoal em comum reparar?
Lembra-te: a tua saúde mental vale mais do que as fofocas do grupo do café. - E se eu quiser voltar a seguir um dia?
Podes. O botão está lá. Mas o mais provável é que, quando já não doer, nem vás sentir essa necessidade. - Apagar ou só deixar de seguir?
Se a dor é muita, apagar pode ser melhor. Mas começar por deixar de seguir já é um passo gigante. - Vou sentir-me melhor logo a seguir?
Não milagrosamente. Mas vais sentir-te menos atacado sempre que abres o telemóvel. - Mas e se ele postar algo importante, como um aniversário ou tragédia?
Se for mesmo importante, vais saber por outras pessoas. O mundo não depende do Instagram. - E se ele achar que eu quero cortar relações de vez?
Ele pode achar o que quiser. O importante é o que tu sentes. Não estás a cortar relações, estás a dar-te prioridade. - Posso só silenciar em vez de deixar de seguir?
Podes, mas silenciar é como meter o lixo debaixo do tapete. Melhor mesmo é dar o corte. - Vou parecer mal-educado?
Não. Mal-educado é estar sempre a espreitar e depois meter “like” por engano num post antigo. - Como faço para ganhar coragem na hora de clicar?
Respira fundo, conta até três e clica sem pensar. Quanto mais pensas, mais inventas desculpas. - E se me arrepender?
Nada é definitivo. Se algum dia fizer sentido, voltas a seguir. Mas até lá, deixa o coração descansar. - Isto vai mesmo ajudar-me a seguir em frente?
Sim. Não resolve tudo, mas dá-te espaço para começares o processo de cura sem gatilhos diários.

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