Relações em Portugal, com mais presença, afeto e consciência.

Ex do teu companheiro segue-te e comenta tudo: que fazer?

|

Tempo de leitura: 13 minutos

Ex do teu companheiro segue-te e comenta tudo: que fazer?

Se a ex do teu companheiro comenta e segue tudo, fala com ele com calma, avalia os teus sentimentos e define limites claros para proteger a tua relação.

Quando a ex do teu companheiro começa a curtir, comentar e marcar presença constante nas redes dele, e até nas tuas, é difícil não sentir um aperto no peito.

Ficas sem saber se estás a exagerar, se ela está a tentar alguma coisa ou se simplesmente tens de engolir e seguir em frente. Mas ignorar o desconforto também não é solução.

A verdade é que cada relação tem os seus limites, e o importante é que esses limites sejam respeitados por todos, incluindo ex-parceiras que ainda não entenderam o lugar delas.

O segredo está em comunicar com jeitinho, manter a calma e saber diferenciar o que é ciúme natural do que é falta de respeito.

Se leres este artigo até ao fim, vais descobrir:

  • Quando e como falar com o teu companheiro sobre a ex;
  • Como perceber se estás a exagerar ou não;
  • Estratégias para lidar com a insegurança sem parecer controladora;
  • Como estabelecer limites saudáveis nas redes sociais;
  • E se vale ou não a pena confrontar a ex diretamente.

1. Devo falar com o meu companheiro sobre o comportamento da ex?

Estás numa relação feliz, ou pelo menos pensavas que estavas, até começares a notar que a ex do teu companheiro anda a curtir tudo o que ele publica.

Não bastava isso, ainda comenta com emojis de risinhos, corações e aquelas mensagens cheias de “saudades dos velhos tempos“. E tu ficas aí, a olhar para o telemóvel com cara de quem acabou de engolir um limão.

A pergunta que paira no ar é: devo falar com ele ou estou a fazer um filme na minha cabeça?

Sim, deves falar com ele

Primeira coisa: não guardes tudo para ti. Isso só vai criar um vulcão dentro de ti, e quando rebenta… ninguém escapa. Mas atenção: há formas e formas de trazer o assunto.

Não é para chegares lá a disparar tipo metralhadora: “Então, achas bonito a tua ex andar-te a comentar as fotos?!

Em vez disso, tenta algo como:

  • Olha, reparei que a tua ex anda muito ativa nas tuas redes. Como te sentes com isso?
  • Sabes, eu fico um bocado desconfortável com os comentários dela… Podemos falar sobre isso?

Fala dos teus sentimentos, não dos erros dele.

Não faças acusações, faz perguntas

Homens portugueses, na sua maioria, não foram criados para falar sobre sentimentos. A educação tradicional cá em Portugal ainda é muito de “engole e segue“, especialmente no Norte. Por isso, quando o confrontas, ele ficará na defensiva.

Então, em vez de o atacares, convida-o a refletir contigo:

  • Será que manter esta proximidade com a ex é saudável para a nossa relação?
  • Tu achas que ela está a tentar alguma coisa?

Assim ele sente que estás a partilhar algo e não a acusá-lo de nada.

Cria um momento de proximidade

A conversa não precisa ser uma reunião do Parlamento. Seja ao jantar, num passeio à beira-mar ou até em casa, no sofá, com um copo de vinho do Douro. Cria um ambiente calmo. Isso ajuda a que ele não se sinta encurralado.

Casais que falam abertamente sobre o que os incomoda têm menos discussões explosivas e relações mais duradouras.

Já viste como só esta conversa muda tudo? Mas calma, ainda há mais perguntas no ar e se calhar, a próxima é aquela que tu mais precisas de responder agora: “Estarei a exagerar ou o meu ciúme é legítimo nesta situação?


2. Estarei a exagerar ou o meu ciúme é legítimo nesta situação?

Pronto, lá estás tu outra vez, de telemóvel na mão, a espreitar os comentários daquela que não larga o osso. Um coração aqui, uma piada acolá… e tu a pensar: “Será que estou a fazer um drama? Ou será que esta mulher está mesmo a abusar?

É normal duvidares de ti própria. Aliás, muitas mulheres em Portugal cresceram a ouvir que ciúmes é coisa de insegura ou que os homens são assim mesmo, deixa andar. Mas vamos com calma.

O ciúme nem sempre é vilão

Vamos pôr as coisas claras: sentir ciúmes não é pecado. E olha que cá em Portugal, com toda a herança católica e conservadora que ainda anda por aí, muitas de nós fomos ensinadas a engolir o que sentimos para não parecermos complicadas.

Mas o ciúme é como o sal na comida:

  • Um bocadinho dá sabor.
  • Demais, estraga tudo.

Então o truque está em perceber se o que estás a sentir tem fundamento.

O ciúme, quando bem interpretado, é uma forma do nosso corpo avisar que algo não está equilibrado numa relação.

Põe os sentimentos no lugar certo

Antes de explodires ou te culpares, experimenta fazer isto:

  • Escreve o que sentes. Não precisa ser poesia, só despeja no papel.
  • Lê como se fosses a tua melhor amiga. Se ela te contasse isto, dirias que está a exagerar?

Este exercício simples vai ajudar-te a ganhar clareza. Às vezes o problema não é só a ex, mas a falta de resposta do teu companheiro diante disso.

Observa o comportamento dele

O ciúme será legítimo se:

  • Ele responde com entusiasmo aos comentários da ex.
  • Ele evita falar sobre o assunto contigo.
  • Ele apaga comentários ou finge que nada se passa.

Mas se ele está contigo, valoriza-te, conversa contigo e não alimenta o passado… então talvez o problema esteja mais na tua insegurança do que na ex em si.

Resumo prático:

Agora que já percebeste melhor se estás ou não a exagerar, há uma questão que não quer calar: “Como posso lidar com esta insegurança sem parecer controladora?


3. Como posso lidar com esta insegurança sem parecer controladora?

Lá estás tu a roer as unhas, a pensar na ex que comenta as fotos, no teu parceiro que parece nem ligar, e tu… a sentir-te como uma polícia emocional.

Mas ao mesmo tempo, também não queres ser aquela namorada ciumenta e chata, porque já ouviste mil vezes: “Homem foge de mulher que controla tudo.“.

Então… como se faz este malabarismo? Como é que se lida com a insegurança sem parecer que estás a querer mandar em tudo e todos?

Primeiro: separa insegurança de controlo

Não são a mesma coisa, embora pareçam irmãs gémeas.

  • Insegurança: é medo de perder, de não ser suficiente.
  • Controlo: é tentar evitar esse medo mandando em tudo à volta.

Ou seja, sentir insegurança é humano, querer controlar tudo é que azeda a relação. Tenta isto:

  • Sinto-me insegura quando vejo certos comentários.
  • Em vez de: “Apaga já isso!“.

Homens portugueses tendem a reagir melhor quando percebem que estás vulnerável do que quando te armas em sargenta. É cultural: vulnerabilidade desperta empatia.

Trabalha a tua autoestima, por ti!

Atenção, minha querida: o teu valor não depende de como ele reage à ex dele. Coisas que ajudam:

  • Fazer algo só para ti (um curso, uma caminhada, um café com amigas).
  • Relembrar as tuas qualidades: escreve mesmo, em papel.
  • Praticar o famoso “olhar ao espelho e dizer: ‘Sou incrível, pá!’”.

Lembra-te: Homens percebem quando uma mulher se sente bem consigo mesma. Isso muda a dinâmica da relação e afasta fantasmas do passado (incluindo ex-namoradas intrometidas).

Fala da tua insegurança… com leveza

A diferença entre desabafar e controlar está no tom. Dizê-lo com humor ajuda: “Olha, começo a achar que a tua ex quer ir ao nosso jantar de sexta-feira, vê lá isso!“. Ou com doçura: “Sei que parece parvo, mas às vezes sinto-me um bocado posta de lado…

Estás a ver? Dá para te afirmares sem pareceres controladora. Mas se mesmo depois disso, a ex continua ali, firme e forte, a questão seguinte é inevitável: É saudável permitir que a ex mantenha tanta presença nas redes dele?


4. É saudável permitir que a ex mantenha tanta presença nas redes dele?

As redes sociais em Portugal são o novo café da vila. Toda a gente vê tudo, toda a gente comenta, e se há uma ex metida ao barulho… a coisa complica. Tu queres paz na tua relação.

Mas todos os dias lá está ela, a comentar com saudades, emojis marotos e aquele ar de “ainda cá estou, viu?“. E tu perguntas-te: “Mas isto é normal? Ou já estamos num triângulo amoroso digital?

Vamos ser sinceras: há uma linha muito fina entre cordialidade e falta de respeito.

Redes sociais também fazem parte da relação

Antigamente, o perigo era o número antigo no telemóvel. Agora, é o feed do Instagram e os comentários do Facebook. As redes, mesmo sendo virtuais, impactam a vida real. Especialmente num país como o nosso, onde a opinião dos outros pesa. Então pensa:

  • Tu aceitarias que ele falasse com a ex todos os dias ao telefone?
  • Se a resposta for não… porque é que aceitar isso nas redes seria diferente?

O contacto constante com ex-parceiros nas redes impede o aprofundamento da nova relação, mesmo sem intenção de traição.

Liberdade não é sinónimo de desleixo

Claro que ninguém está a dizer para o teu companheiro bloquear a ex à força toda, mas há que estabelecer limites. Conversa com ele:

  • A tua ex estar tão presente nas tuas redes faz-me sentir desconfortável. Podemos falar sobre isso?
  • Acho que já passou tempo suficiente desde que terminaram. Não te parece estranho esta insistência dela?

Se ele valoriza a relação, vai perceber. Pontos de equilíbrio possíveis:

  • Silenciar os comentários dela (sem necessidade de bloquear).
  • Evitar responder a tudo o que ela escreve.
  • Deixar claro, de forma educada, que está noutra fase da vida.

O que tu permites, ensinas

Se a ex sente que pode comentar e aparecer sempre que quer, é porque ninguém lhe disse que isso é demais. E se o teu companheiro não vê problema… então talvez seja hora de perceberes se ele ainda está preso ao passado.

A verdade é que, mesmo depois de tudo isto, às vezes dá vontade de resolver à antiga: ir direta à fonte e ter uma conversa com a ex. Mas… será boa ideia? Devo confrontar a ex ou isso só vai piorar as coisas?


5. Devo confrontar a ex ou isso só vai piorar as coisas?

Depois de veres aquele milésimo comentário dela nas redes do teu companheiro, começas a pensar: “Se calhar, vou mandar-lhe uma mensagem direta. Só para ela saber que eu existo.“.

Mas respira fundo, minha querida. Estamos em Portugal, um país pequeno, onde toda a gente conhece toda a gente, e dar o primeiro passo para um confronto trará mais confusão do que paz. Então… vale a pena enfrentar a ex ou não?

Antes de mais: qual é a tua intenção?

Fazer perguntas ajuda a esclarecer as emoções:

  • Queres mesmo uma conversa sincera ou só descarregar a frustração?
  • Esperas que ela mude ou queres marcar território?

Se é só para desabafar raiva, não vale a pena. Vais acabar por te sentir pior, e ainda lhe dás palco.

Confrontar alguém num momento de raiva aumenta em 70% a probabilidade de conflito aberto, especialmente entre mulheres que não se conhecem bem.

E se a ex for do tipo provocador?

Há ex que gosta de deixar rasto, tipo migalhas para o passado. Fazem-se de simpáticas, mas não perdem uma oportunidade de marcar presença. Nesses casos, o melhor confronto é a indiferença elegante:

  • Não responder aos comentários dela.
  • Pedir ao teu companheiro que modere o espaço digital dele.
  • Mostrar, com ações, que a relação de vocês está sólida.

Se mesmo assim ela continua a insistir, e tiveres MESMO que falar, sê breve, educada e direta: “Olá, notei que tens interagido bastante com o meu companheiro. Queria só pedir que respeitasses a nossa relação. Obrigada.“. E acabou. Sem drama. Sem novela da TVI.

Foca-te no que realmente importa: vocês os dois

Não percas energia a lutar com fantasmas do passado. Se a tua relação é boa, se o teu companheiro está presente e comprometido, então a ex que fique a comentar sozinha.

Agora, se ele alimenta esse jogo… talvez a conversa que precisas não seja com ela, mas contigo mesma.

E pronto! Chegámos ao fim desta jornada de ciúmes, emojis suspeitos e ex que não sabem desaparecer com dignidade. Mas antes de fechares esta página, fica com este lembrete: A tua paz vale mais que qualquer like no Instagram.


Perguntas frequentes

  1. É normal a ex do meu companheiro continuar tão presente nas redes dele?
    Não é anormal manterem-se cordiais, mas se ela comenta e curte tudo, já entra no território da falta de bom senso, e indica que ainda não largou o passado.
  2. Ele diz que é só amizade. Devo acreditar?
    Depende do comportamento dele. Se ele é transparente contigo, não esconde nada e não alimenta essa amizade, não há motivo para desconfiança. Mas atenção se ele esconde interações ou fica defensivo.
  3. Devo pedir-lhe para deixar de seguir a ex?
    Sim, mas com jeitinho. Não como imposição. Explica como isso te faz sentir. Se ele se importa contigo, vai querer que te sintas segura.
  4. O que fazer se ela começa a interagir comigo também?
    Mantém a educação, mas não alimentes. Se parecer provocação, ignora. Se passar dos limites, bloqueia sem culpa.
  5. É infantil bloqueá-la?
    Não. É um limite saudável. Se ela te causa desconforto e não respeita o espaço da tua relação, o bloqueio é uma forma de te protegeres.
  6. E se ele não vê problema nenhum no comportamento dela?
    Aí o problema já não é só ela. É importante que ele valide os teus sentimentos. Se ele desvaloriza sempre o que sentes, é sinal de alerta.
  7. Posso espiar as mensagens deles para descobrir a verdade?
    Não é aconselhável. Vai prejudicar a confiança entre vocês. Se sentes que tens de espiar, a base da relação já está tremida.
  8. Como manter a calma e não parecer ciumenta?
    Fala com ele com leveza, usa humor, mas sem engolires tudo. Mostra o que sentes sem drama. Honestidade com equilíbrio é o caminho.
  9. E se ela inventar mentiras sobre ele ou sobre mim?
    Avisa-o do que está a acontecer. E mantenham-se unidos. Quanto mais vocês forem transparentes um com o outro, menos poder ela terá.
  10. O que faço se isto tudo me está a afetar emocionalmente?
    Procura apoio. Pode ser uma amiga de confiança, terapia ou até grupos online. A tua saúde mental é mais importante do que qualquer ex.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *


Categorias

Ciúme (15) Comunicação (17) Fim da relação (16) Mundo digital (16) Namoro online (14) Sexualidade (15) Traição (20)